(Classe E - W210): Avaliação E240 2000 - Jornal do Carro/Estadão®

Reportagem publicada em 19/12/2015.

Teste das antigas – Mercedes-Benz E240.

Versão mais barata do médio-grande alemão foi estrela da edição de 08/11/2000.

Na virada do milênio, em 2000, o dólar ainda valia menos de R$ 2, mas isso não queria dizer que um Mercedes-Benz grande fosse algo mais barato. Nem mesmo sua versão de entrada, como o E240 avaliado na edição de 08/11/2000, que mostrava toda a qualidade de um Mercedes-Benz num pacote mais enxuto e menos extravagante. O motor era V6, mas de pequenos 2,4 litros e meros 170 cv, mas o requinte se mantinha inabalável pelo ótimo acabamento. Nas palavras do repórter Hairton Ponciano.

E240 é o Classe E ‘barato’, mas ninguém precisa saber.

Sedã com motor 2.4 é o menos potente e o menos equipado da série E, mas tem 170 cv e vem recheado de itens de conforto, além de apresentar bom acabamento.

Ele é o mais barato, o menos potente e o mais pelado modelo da Classe E. Seu motor é o menorzinho da família, e vem sem um ou outro equipamento. O Mercedes-Benz E 240 Elegance está longe de ser o melhor ou o mais veloz sedã da marca, mas mesmo assim está muito além do que a maioria dos motoristas pode almejar na vida. Isso porque “motor pequeno” é um V6 2.4 de 170 cavalos. “Sem equipamentos” significa que falta cortina traseira e lavadores de farol. E “barato” é um termo que só se aplica dentro de seu contexto: afinal, o sedã custa US$ 94.234.

O E 240 Elegance 2000 herdou algumas características do ainda mais luxuoso sedã Classe S. Os faróis duplos ovalados estão um pouco mais inclinados, e o pára-choque tem uma entrada de ar central, para refrigeração do motor, e duas mais nas extremidades laterais, para os freios. Da Classe S vieram os piscas, embutidos no corpo dos retrovisores. Afora isso, o capô baixou levemente, a grade passou por ligeiras alterações e a lanterna está com nova disposição de luzes.

Comandos no volante. Há vários comandos no volante, para som e computador de bordo. O painel oferece informações em cinco idiomas (inglês, alemão, francês, italiano ou espanhol). Também a um toque de botão pode-se mudar de quilômetros para milhas e de graus Celsius para Fahrenheit.

O câmbio automático de cinco marchas tem opção de troca manual, feita com leves toques na alavanca. Nele, porém, em vez de as marchas serem trocadas no sentido longitudinal (para frente e para trás, como seria o natural), elas funcionam na transversal. Outro senão é que as respostas desse câmbio são um pouco lentas.

Nada disso, porém, é capaz de macular o E 240. O nível de equipamentos, mesmo nessa versão, impressiona. Além do controlador de velocidade, ele vem com limitador, comando que não deixa o carro passar de uma velocidade previamente estabelecida, mas permite que, abaixo desse limite, o acelerador funcione normalmente. As travas das portas sobem e descem sem fazer barulho. E o acabamento é impecável. O revestimento interno mistura couro e madeira em doses de bom gosto. Os ajustes elétricos de bancos e volante estão nas portas, e têm memória de posição para três usuários (incluindo retrovisores).

Os três apoios de cabeça do banco de trás podem ser rebatidos por meio de um botão no painel. E a bolsa do lado do passageiro não infla se o banco estiver desocupado. Há oito bolsas no sedã: uma em cada porta, duas frontais e duas laterais superiores, para cabeça.

Apesar de não ter nenhum compromisso com desempenho (e a suspensão macia, que privilegia conforto, é evidência disso), o motor 2.4 V6 de três válvulas por cilindro não desaponta. Dados de fábrica dão conta que o sedã vai a 222 km/h e faz 0 a 100 km/h em 10,2 segundos. Durante avaliação, obteve média de 7,0 km/l na cidade e 12,7 km/l na estrada.

O sistema de freios utiliza quatro discos ventilados, com ABS (antitravamento) e BAS (que aumenta a capacidade de frenagem, em caso de necessidade). Há também controle de tração”.