(Classe E - W210): Avaliação antes da compra - site Webmotors® - 2007

Os faróis redondos são a marca registrada do Classe E. No passado a Mercedes chegou a ter vários modelos assim, mas com a tendência dos faróis retangulares ladeados pelos piscas se acentuando ao longo dos anos 80 e 90, pode-se dizer que a atitude que a empresa teve, ao lançar a nova Classe E no final de 1995, foi no mínimo ousada. Apesar de o modelo ganhar uma nova carroceria, maior, mais moderna e espaçosa que a anterior, coube à dianteira a maior parte das atenções. Os quatro faróis redondos que a Mercedes adotou no seu modelo médio foram alvo de amor e ódio no mundo inteiro.

No Brasil o carro chegou já no ano de 1996. A versão 320, com motor de seis cilindros em linha de 3,2 litros, 24 válvulas e 220 cv era a mais comum. Apenas nesse primeiro ano de importação a versão Elegance era oferecida sem a forração em couro, mas sim com o tecido sintético MB-Tex, faróis convencionais e câmbio de quatro marchas, além de acabamento mais simples. A top era a Avantgard, que tinha rodas com desenho exclusivo, além de couro e câmbio de cinco marchas. Mas há algumas que também não traziam os faróis de xenônio. Com motor V8 havia o E 420, com 279 cv, também importado a partir daquele ano nas versões Elegance e Avantgard.

Em 1997, o E 320 teve o motor em linha substituído pelo V6, também de 3,2 litros, mas com 224 cv, a partir do segundo semestre. Portanto, neste ano-modelo, é possível encontrar essa versão com as duas motorizações, sendo que há uma ligeira diferença de preço entre elas (entre 5% e 10%, dependendo da região do país). A versão com motor em “V” também tem uma procura maior que a equipada com motor em linha, embora na prática ambas sejam ótimas no uso diário.

A partir de 1998 a versão V8 é que sofre mudanças, com o E 420 saindo de linha para dar lugar ao E 430, com os mesmos 279 cv e 30,8 kgfm de torque, mas a 3.000 rpm, contra os 3.800 da versão anterior. Nesse mesmo ano a Mercedes-Benz passa a trazer a versão B4, blindada de fábrica, da Alemanha. O carro já vem sem o teto solar, com vidros traseiros fixos e suspensão preparada para o maior peso, assim com alguns detalhes construtivos adaptados para esse uso, como dobradiças das portas mais resistentes.

Outra versão especial que passou a ser importada a partir daquele ano foi a E55 AMG. Sempre equipada com câmbio automático, contava com o fantástico motor V8 de 5,4 litros e 354 cv. Como um legítimo representante da divisão esportiva da Mercedes, contava com suspensões e freios específicos, assim como rodas de aro 18”.

Em 2000 os repetidores laterais do pisca, que até o ano anterior estavam nos pára-lamas dianteiros, agora passavam para os espelhos. Além disso, as rodas ganharam novo desenho, assim como os pára-choques e detalhes internos. O Classe E foi produzido com a carroceria W210 até o fim de 2001, pois em janeiro de 2002 foi lançada a nova geração, totalmente reestilizada. Mas com os mesmos faróis redondos...

Touring e outras versões:

Além da versão sedã, a Classe E também pode ser encontrada com a carroceria Touring, que é como a Mercedes denomina a popular perua ou station wagon. A partir de 1997 é disponível nas versões 320 e 420, sendo que a E 430 T vem a partir de 1998, para substituir a versão 420. Quem reparar bem nas ruas vai notar também alguns Classe E com numeração diferente da descrita nesta matéria, como E 200, E 230, E 240 e até mesmo E 270 ou E 290. Na verdade os três primeiros são equipados com motor de quatro cilindros e os dois últimos, com motorização a diesel.

Esses carros foram trazidos por embaixadas e não foram comercializados regularmente pela Mercedes-Benz do Brasil. Mas como se trata de carros que foram trazidos legalmente, em geral a manutenção desses modelos é feita pelas concessionárias autorizadas ou pela própria oficina da fábrica. Na hora de adquirir uma Classe E dessa procedência, deve-se ter em mente que, na revenda, a comercialização vai ser mais difícil.

Comprando um Classe E usado:

Como em todos os carros importados, as suspensões devem ser alvo de um exame cuidadoso. Verifique o estado da barra de direção, que pode apresentar folgas, além das bandejas dianteiras e dos batentes dos amortecedores traseiros, que sofrem muito com o piso brasileiro. Com relação ao câmbio, engates imprecisos podem ser sinal – além de problemas no câmbio – de que as buchas que se localizam no trambulador estão desgastadas. As peças não são caras, mas a mão de obra...

No painel de instrumentos, em algumas unidades a emenda que delimita a porta que recobre airbag no painel, do lado do passageiro, se abre sem nenhuma explicação. A Mercedes não dá garantia para esse tipo de defeito, embora tenha trocado alguns painéis na época. Olho vivo!

Canaletas velhas e desgastadas podem ocasionar riscos nos vidros das portas, num defeito que se manifesta com mais freqüência nos vidros do motorista e passageiro por serem mais utilizados. Outro defeito que pode ocorrer nesse modelo é no sistema de abertura e fechamento das portas, por meio da chave. Em caso de problemas, o carro não pode ser aberto ou ligado e pode ser uma falha da chave ou do módulo que comanda o travamento e destravamento do veículo.

E cuidado com cores muito diferentes. "Mercedes que vende é preta, prata e cinza grafite", garante o vendedor Carlos Peluzzo, que trabalha como vendedor da Itatiaia, uma grande revenda da marca em Barueri (SP). "O resto", diz ele "pode ser canseira na hora de vender o veículo".

Saiba ainda que as Elegance ano-modelo 96 vêm desprovidas de uma série de itens, tornando-as mais simples que as unidades 1997: os faróis são convencionais – em vez de xenônio – os bancos são em tecido sintético (nas outras a forração é em couro) e o câmbio, no lugar de cinco marchas, tem quatro marchas. Boa sorte!